domingo, 14 de abril de 2013

IMIGRANTES

Vejam a seguir a história verídica de um imigrante português, que há 60 anos deixou seu querido Portugal para tentar um futuro melhor em outras  terras. Felizmente deu certo, o que infelizmente não acontece com muitos outros imigrantes. Este material foi extraído via internet do Sol.Sapo.pt. e sua publicação se justifica por se tratar de uma história muito parecida, em algumas passagens, com a do autor deste BLOG, principalmente com a idade,  a época da imigração e suas origens, ambos de Portugal, Meus parabéns a esse Patrício que muito bem soube vencer na vida.
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Foi difícil trocar 'a caneta' por 'uma pá e picareta'


14 de Abril, 2013

O empresário António Sousa foi um dos portugueses "pioneiros" que há 60 anos emigraram para o Canadá e diz que o que mais lhe custou foi ter de deixar "a caneta" para pegar "na pá e na picareta".
"Após 40 anos de ditadura de Salazar, ainda fui acusado de ser comunista, por isso decidi aventurar-me", começa por explicar o empresário de 87 anos.

O emigrante chegou ao porto de Halifax a 13 de Maio de 1953. Eram 218 emigrantes, com os respectivos vistos autorizados por ambos os governos.
Viajaram no navio Saturnia e António Sousa deixa para trás a Nazaré natal e a vida de estudante para "meter mãos à obra". Daí a metáfora de que trocou "a caneta e o lápis" em Portugal por "uma pá e picareta" no Canadá.
Estudante do curso comercial da Escola Bordalp Pinheiro das Caldas da Rainha, António Sousa confessa que não foi difícil arranjar trabalho. Após ter feito o pedido de visto, com a ajuda de um amigo em Montreal, um dia após chegar ao continente americano, arranjou trabalho na província do Labrador, como "ajudante de cozinha".
Com o lema "se tens doze, não gastes dez", nove meses depois chegou à conclusão que Toronto, a actual "capital" económica canadiana, seria o "local ideal" para se implantar.
"Quando cheguei a Toronto, tinha dinheiro suficiente para comprar uma casa, mas só me vendiam se comprasse três, o que teve de ser", recorda.
Em Toronto, abriu o primeiro restaurante português, começou a importar produtos de Portugal e da Europa, fundou a primeira colectividade portuguesa, o First Portuguese, e também criou o Rancho Folclórico da Nazaré, em 1956.
"A educação é a nossa arma", foi a mensagem que quis transmitir aos seus filhos, Júlio e Charles, que optaram por áreas diferentes em termos profissionais, o primeiro, pela educação, é professor, o segundo, pela economia, é hoje ministro das Finanças do governo do Ontário.
"Eles são óptimos trabalhadores e estudantes, pois ensinei-lhes que quando se trabalha com dedicação, com o coração, com força, nunca se perde", explica.
"Quando não se faz algo bem, aprende-se, para que, na próxima vez, se faça de maneira diferente, 'quem respeita é respeitado', e 'nunca semeies cardos à espera de colher rosas'", são filosofias de vida que António Sousa diz ter passado para os seus filhos.
O seu pensamento no "amanhã" está sempre presente. Com seis netos, o "pioneiro" decidiu abrir uma conta bancária para que eles possam frequentar a universidade com tranquilidade, tendo o futuro garantido.
Os pioneiros da emigração para o Canadá, há 60 anos, decorrente de um acordo entre os dois países, vão ser homenageados numa gala, a 11 de maio, que deverá contar com a presença do secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, e do ministro das Finanças do Ontário, Charles Sousa, filho de António.
No dia 12 de Maio, decorrerá uma homenagem no "Monumento dos Pioneiros" no High Park, inaugurado em 1978, quando se comemoraram 25 anos da emigração portuguesa).
António Sousa diz que aquela geração que chegou à América em 1953 "contribuiu para o desenvolvimento da imigração dos portugueses no Canadá".
"Somos iguais a todas as outras comunidades, mas individualmente somos diferentes" considera.
Na altura, os portugueses "eram muitos respeitados, quer pelas entidades oficiais, quer, por exemplo, próprios bancos".
Hoje, diz, os portugueses continuam por isso a ser respeitados, mas há excepções.
Porque "nem todos são iguais", conclui.
Lusa/ SOL

Um comentário:

Manuel Tomaz disse...

Uma bonita história de sucesso! Contudo, os insucessos, não são contados e, infelizmente, são a maioria. Mas é agradável termos conhecimento de notícias destas.