terça-feira, 6 de março de 2012

MEMÓRIAS



  António Ceppas



Um ilustre castanheirense em terras de além-mar


António Ceppas, nasceu em Castanheira de Pera/Portugal no dia 26 de Fevereiro de 1895* e faleceu no Brasil em 9 de Outubro de 1979, no Rio de Janeiro, vítima de parada cardíaca. Na altura, a morte de tão ilustre cidadão foi considerada uma enorme perda para a comunidade portuguesa no Brasil.

O seu corpo está no cemitério da Terceira Ordem do Carmo.


Chegou ao Brasil em 1910 e no mesmo ano empregou-se na antiga "Casa José Silva e Cia", fundada em 1885, pelo Comendador José Silva, que na época explorava o ramo de couro e louça. Exerceu mais tarde o cargo de chefe de vendas, e com o falecimento do fundador, em 1930, tornou-se sócio-gerente, para, em seguida, ser promovido a mentor máximo da sociedade.


Mudando para o ramo do comércio de tecidos de algodão, em 1933, transformou a firma numa das mais fortes casas retalhistas de tecidos, originando-se daí a famosa "Casa José Silva, Confecções ,S.A.".


Foi um dos introdutores da roupa feita, no Brasil, e começou, então, a distribuir com exclusividade as roupas de meia - confecção, deixando vinte lojas distribuídas entre Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Belo Horizonte, e a perspectiva da inauguração de três filiais no Rio.


António Ceppas foi responsável pela construção do Hospital Santa Maria, da Beneficência Portuguesa de que foi Presidente da Comissão de Obras do Hospital em 1959.


Neste ano, por ocasião dos festejos do 132º aniversário da Beneficência Portuguesa, foi inaugurado o seu busto na sede da Beneficência, homenagem à sua dedicação pela construção daquele Hospital, um edifício de 11 andares, com 20 mil metros quadrados de área, e 206 apartamentos. Com a primeira pedra lançada pelo presidente Jucelino Kubitschek em 1 de Dezembro de 1960, o hospital foi oficialmente inaugurado pelo presidente de Portugal, Américo Tomás.

Sendo o comendador António Ceppas grande benemérito da sociedade Beneficência Portuguesa desde Março de 1951, recebeu em 1960 a condecoração brasileira Cruz Humanitária, em reconhecimento por serviços prestados.


Provedor da Ordem do Carmo, o comendador gostava de desporto e seu maior "hobby" era o golfe, tendo participado em inúmeras competições e patrocinado vários torneios no Rio e em outros estados. Também gostava de futebol e, no Vasco da Gama, seu clube de coração, exerceu vários cargos.


António Ceppas casou com Elfride Ransleben Ceppas, que nasceu em 15 de Dezembro de 1908 em Mindenwesfalia, Alemanha e faleceu em 27 de Julho de 1997 no Rio de Janeiro. Do seu casamento nasceram dois filhos: Fernanda Ransleben Ceppas e Carlos António Ceppas; cinco netos: Marcus Vinicius Ceppas Rodrigues, Carlos Eduardo Ceppas Rodrigues, Andrea Ceppas Rodrigues, Bruno Ceppas, Cristiana Ceppas e três bisnetos: Francinne Sophie Michaela A. Ransleben Ceppas Rodrigues, Bruno e Juliana.


(Texto adaptado, da autoria de Andrea Ceppas Rodrigues, neta de António Ceppas)



* António Ceppas era filho do industrial Manuel Antunes Ceppas, e irmão de Manuel Alves Ceppas, que ficou em Castanheira de Pêra, fundando a Fábrica Ceppas, nos Esconhais de Cima, e de Franklim e João Ceppas, que também rumaram ao Brasil, onde foram destacados industriais e comerciantes. (N.R.)


Em inquérito feito pela imprensa Inter Americana foi considerado em 1950 o homem ne negócios de maior prestígio no Brasil. (Kalidás Barreto, in Monografia)

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